
Talvez a raiz do problema desse repentino afastamento de uma grande parcela da juventude, esteja na nossa maneira de dialogar com esta nova geração e de proporcionar a ela momentos profundos de encontro com Deus. Urge, agora mais do que nunca, uma reflexão ampla sobre o panorama sociocultural da juventude neste mundo contemporâneo e a nossa metodologia de evangelização. Os jovens já não são mais os mesmos de ontem, estão mais conectados com o mundo e com as novas tecnologias, enfrentam de maneira muito mais crítica a fragmentação da família e o avanço do consumismo, são constantemente seduzidos pelos grandes ídolos deste mundo: O TER, O PODER E O PRAZER, em detrimento de alguns valores fundamentais. E diante dessa problemática, que avanços temos percebido na nossa maneira de evangelizar? Aliás, temos nos preparado para essa missão? Evidentemente, o Evangelho sempre será o mesmo, mas a nossa linguagem deve incorporar outros elementos ou recursos importantes. O simples fato de estarmos evangelizando através da internet, utilizando um blog ou site, já descreve bem essa nova maneira de anunciar Jesus Cristo.
O jovem precisa se sentir verdadeiramente acolhido, amado por Deus e pela Igreja. E o que é mais importante, ele necessita de modelos de fé. É aqui que entra a dimensão do testemunho. O nosso exemplo fora do ambiente eclesial, na convivência familiar e comunitária, continua sendo a forma por excelência de evangelização. Lembrei-me agora da seguinte história de nosso inesquecível São Francisco de Assis:
Um dia, Francisco de Assis convidou o irmão Leão para pregar. Saíram do convento, percorreram a praça pública e regressaram. Então, o Frade perguntou:
- A que horas vamos pregar?
- Já o fizemos, disse Francisco.
- Como se não falamos?
- Se nos assemelhamos a Cristo, aqueles que nos viram ficaram pensando nele. Já pregamos como o nosso exemplo, pois um homem que está pleno de Deus o comunica a todos…
É o que falta muitas vezes em nossa evangelização. Testemunho. As palavras convencem, mas é o testemunho que arrastam.
Muitos jovens precisam ser evangelizados e sentir o mesmo que um dia você, que hoje é engajado, sentiu. Que tal partilhar esse Cristo vivo e ressucitado com os outros? Superemos, toda e qualquer estereótipo que temos acerca da juventude. Sejamos mais compreensivos, acolhedores e dinâmicos na evangelização com os jovens. Não nos esqueçamos que “Uma gota de mel atrai mais abelhas do que um barril de vinagre”, ou seja, não é censurando a todo instante que vamos atrair essa geração, mas com uma pequena gota de carinho, paciência e ternura.
César Augusto Rocha
Um comentário :
Temos que mudar o nosso jeito de acolher melhor a juventude e deixar de lado alguns pré-conceitos que temos a cerca da juventude, quem sabe assim não tenhamos jovens mais apaixonados pelo serviço ao reino... Parabéns pelo texto!!!
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