
A Romaria pretende dar visibilidade aos sofrimentos, às resistências e às lutas dos indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos e lavradores, por meio de testemunhos das mulheres e homens do campo e da floresta, além de fortalecer a organização dos movimentos sociais de luta pela Reforma Agrária e por políticas públicas que respondam às necessidades de direitos das nações indígenas e dos camponeses.
Segundo os organizadores, as motivações do evento são “provocados pelo gemido da terra e das águas do Cerrado e da Amazônia Maranhense, o grito das nações indígenas e o clamor das famílias camponesas, expulsas e despejadas pelo latifúndio e pelo Estado; cerceadas pelo deserto verde da soja, do eucalipto e da cana; obrigadas a cair na malha do trabalho assalariado super explorado; escravizadas nas fazendas e nas carvoarias”.
De acordo com a Pastoral da Terra, uma das metas da Romaria, é “reafirmar o compromisso com a luta pela permanência e convivência na terra, buscando reconstruir a relação fraterna com a natureza, por meio da agroecologia e da busca de fontes alternativas de energia”.
A organização do evento explica ainda, que a Romaria objetiva também responsabilizar quem atenta contra a vida e a natureza. “Queremos responsabilizar as grandes empresas do agronegócio, da mineração, da siderurgia e das hidroelétricas, pelos atentados à vida dos biomas e dos povos do Maranhão, perpetrados em nome do lucro e de uma concepção tragicamente equivocada do desenvolvimento; responsabilizar os poderes do Estado (Executivo; Legislativo; Judiciário) pela subserviência à hegemonia do grande capital, em detrimento do serviço à justiça e ao bem comum”, completa.
Carta-convite
O bispo da diocese de Coroatá, dom Reinaldo Pünder, escreveu uma carta-convite para a população do Maranhão. Com o tema “Terra e Águas: Um clamor de justiça”, o bispo afirma que terá a alegria de receber em sua diocese todos aqueles que desejam participar da Romaria No texto, ele lembra ainda que a diocese de Coroatá recebeu a 1ª Romaria da Terra e das Águas do maranhão, na cidade de Vargem Grande e explica também os motivos para escolha da diocese para acolher a 10ª edição do evento. “Um dos motivos dessa escolha é o triste e preocupante fato de, especialmente, também a nossa diocese ter voltado a ser palco de um número nunca mais visto de conflitos de terra, esta diocese que nos seus trinta anos de existência perdeu por morte violenta 27 (vinte e sete) dos seus membros como mártires desses conflitos”.
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